Blog do Malino: agosto 2012

O caboquim cordô cêdo,ispriguíçô, lavô as mão na gamela, limpô uzói, sinxugô, tomô café, pegô a inxada, sivirô pra muié I falô:

- Muiééé, tô inoprotrabaio.

Quano q’êle saiu da casa, ao invêiz dií prá roça, ele subiu num pé di manga I ficô iscundidim. De repente pareceu um negão, e foi inté upé di manga I nem si percebeu q’o caboquim tava lá inrriba. Pegô u’a manga… chupô, pegoôta, I mais ôta…, I a muié du caboquim chegô na janela e gritô:

- Póvim, ele já foi!

I o negão largô as manga I sinfurnô dendacasa du caboquim. O caboquim, danado de ráiva, desceu da árvre, pegô um facão e intrô na casa. Quandele abriu a porta ele viu o negão chupano as teta da muié, intonsi levantô u facão e falô:

- Vai morrêêêêê negão!!!

E num é cunegão puxô um 38 da cintura, I pontô pro caboquim falano:

- Pruquê qui eu vômorrê?

E o cabuquim:

- Uai cê chupô trêis manga e agora tá mamando leite. Assim vai morrê, pruquê manga cum leite faiz mar,uai!?!?! Ce nun sabia???

Hoje, entre uma conversa e outra, tocamos no passado, por um instante recordei a infância e os bons tempos de garoto onde riamos dos trapalhões, os inesquecíveis Mussum exagerando nos esses ,Zacarias com suas caretas e rizadinha inconfundível os sempre parceiros Dedé e Didi. Deste quarteto trago a lembrança do Cine São Luís,do filme os Saltimbancos Trapalhões (“uma pirueta, duas piruetas, bravo, bravo”), do mentex comprado com o baleiro na porta do cinema, do troco que não tinha e era completado por um ou dois piper, ao entrar no cinema depois de uma fila imensa e nervosa por entrar, o inebriante cheiro da pipoca quentinha feita na hora que em contato com o ar condicionado deixava aquele cheiro que era impossível não comprar um saco, nem que fosse o menor. Ah que saudade, ainda posso sentir o “clima” do cine, seu charme e elegância, seus lustres, escadaria de mármore e toda uma atmosfera que valia a pena estar ali e viver por 2 ou 3 horas toda uma fantasia que só um cinema mágico e um bom filme podem proporcionar. Creio que os que viveram isso por um instante vão lembrar o que eu hoje recordo com carinho e prazer por ter presenciado uma época maravilhosa.

Por: Alexandre Ferreira (Alex) para o blog do Malino e para os de minha geração.